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A MINHA CONTA




As viagens para ver arquitectura, deverão incluir-se num ritual de amadurecimento académico para qualquer arquitecto, à imagem do grand tour pela cultura clássica do sul da Europa, a que a formação do intelectual burguês não abdicava nos séculos XIX e XX. Na “Viagem a Itália” de Goethe (1749-1832), o autor defende que o grand tour “é um imperativo cultural de que nenhum homem de letras, intelectual ou artista pode prescindir a partir de meados do sec. XVIII.“ 
(GOETHE, Johann W., Viagem a Itália, (1813-1814)).

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“A viagem é a possibilidade de contracção do tempo e o Tour de Rome é a metodologia oitocentista de o fazer. O passado e a sua construção histórica são dispositivos activos na produção da memória; e a criação é o trabalho da memória”.
(Documentário "Escrever, escrever, viver" realizado por Solveig Nordlund sobre António Lobo Antunes, Ambar filmes, 2009).

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“Um homem precisa de viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou televisão. Precisa de viajar por si, com os seus olhos e pés. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Um homem precisa de viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”
(Amyr Klink)

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“Qual é a importância de viajar para ver obras de arquitectura?
Rem Koolhaas: Extremamente importante, porque basicamente possibilita o refinar constantemente da nossa perspectiva e por tanto, a ver cada situação sobre uma nova luz”.

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“A verdadeira viagem de descoberta não consiste em ver novas paisagens, mas sim ver com novos olhos.”
(Marcel Proust)

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"As viagens são na juventude uma parte de educação e, na velhice, uma parte de experiência."
(Francis Bacon) 

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"Viajar é a maneira mais agradável, menos prática e mais custosa de instruir-se."
(Paul Morand)

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"O conhecimento da viagem é importante para a interpretação da arquitectura e do seu cruzamento indispensável com outros materiais significativos ao círculo do conhecimento arquitectónico, permitindo aceder a áreas pessoais e não reveladas (na maioria das vezes) do processo de concepção.
Na clarificação deste processo, entre influências e escolhas de caminhos para o projecto arquitectónico, a viagem e o património pessoal assim formado surgem como instrumentos privilegiados".

"Le voyage utile, como é referida por Le Corbusier, a viagem formativa por oposição ao turismo, é uma oportunidade excepcional para a constituição da collection particulaire. Para os arquitectos a escolha e reunião deste material, roubado ao mundo dos artefactos, da natureza e das ideias, permite organizar um espólio fundamental que influenciará de forma determinante e complexa o seu trabalho".
(Rui Jorge G. Ramos)

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