Álvaro Siza Vieira sugere que a arquitectura se faz por intuição afirmando que “o arquitecto trabalha manipulando a memória, disso não tenho dúvida, conscientemente mas a maioria das vezes subconscientemente. O conhecimento, a informação, o estudo dos arquitectos e da história da arquitectura tendem ou devem tender a ser assimilados, até se perderem no inconsciente ou no subconsciente de cada um”
(“Imaginar a Evidência”, 1998:37).
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“(…) Gosto de sacrificar muita coisa, ver apenas o que imediatamente me atrai, de passear ao acaso, sem mapa e com uma absurda sensação de descobridor. (…) De súbito, o lápis ou a Bic começam a fixar imagens. (…) Riscos primeiro tímidos, presos, pouco precisos, logo obstinadamente analíticos, por instantes vertiginosamente definitivos, libertos até à embriaguez; depois fatigados e gradualmente irrelevantes. Num intervalo de verdadeira viagem os olhos, e por eles a mente, ganham insuspeita capacidade. Aprendemos desmedidamente; o que aprendemos reaparece, dissolvido nos riscos que depois traçamos.”
(Álvaro Siza, Esquissos de Viagem, 1988, p. 15.)
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