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"Nas viagens de Le Corbusier, a necessidade juvenil de abarcar tudo e não esquecer nenhum detalhe, com o tempo dá lugar a uma visão mais solta, mais livre, com mais economia de meios, apenas apontamentos e algumas frases, mais para agarrar sensações que propriamente descrições".

"Le Corbusier, nas suas viagens levava habitualmente um par de binóculos para poder observar detalhes remotos e uma máquina fotográfica. Conciliava os vários instrumentos de que dispunha para tentar compreender o que observava, usando tanto a máquina fotográfica, como o lápis, a caneta ou as aguarelas, mas dando sempre a primazia aos registos gráficos feitos no seu diário, onde por vezes, apontava o número da fotografia que tinha tirado. O seu modo de viajar tinha um método preciso".

"O método de viajar de Le Corbusier consistia em registar o mesmo motivo em diferentes posições e com diferentes tipos de representação. Utilizava vistas de cima, vistas de lado, axonometrias, ou então perspectivas lineares ou cónicas; por vezes uma vista em corte ou ampliação de um pormenor, quando precisava de explicar algo com mais precisão; ou ainda um desenho de longe de modo a inserir o edifício observado na paisagem envolvente. Mais tarde entusiasma-se ao registar as vistas observadas do alto, de avião"

"Os desenhos de viagem de Le Corbusier eram constantemente utilizados e reutilizados, mesmo passados vários anos, constituindo a sua imaginação e alimentando o seu processo criativo".

"Na sua estadia de três semanas em Atenas, Le Corbusier fez incursões à Acrópole durante todos os dias, onde fazia registos do Partenon e de outros templos, a partir de vários pontos de observação e a diferentes horas e consequente luz do dia. Tinha particular atenção ao movimento como se percorresse um determinado percurso, que traduzia com uma sequência de várias imagens. O seu método de abordagem permitia-lhe ter distintos pontos de vista ou olhar as coisas de cima ou ainda vê-las de fora".

"Em 1907, Le Corbusier faz uma viagem de dois meses e meio em Itália. Da visita a Itália, a influência mais marcante terá sido, sem dúvida, da visita que realizou a Cartuxa de Ema. Aqui, fica impressionado pela forma como a organização do espaço expressa as suas preocupações sócio-políticas (socialismo utópico). Mais tarde, a experiência da Cartuxa de Ema estará presente, de forma disseminada e reformulada, em alguns projectos, como as cidades que imaginou ou, de forma mais directa, no seu Immeuble-Villa de 1922".

Le Corbusier. Diário de viagem e arquitectura
Eduardo Salavisa
Artigo publicado na revista BDJornal nº9 de Janeiro de 2006

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"Le Corbusier parte para a sua famosa "voyage d'Orient": Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste, Tarnovo, Gabrovo, Kasanlik, Istambul, Atenas e sul de Itália. Ao longo desta viagem, documentada por diversos artigos, esboços, fotografias, irá desenvolver a sua perspectiva pessoal sobre a arquitectura. A arquitectura turca terá, também, a sua influência nas teorias que defenderá. A Villa Schwob, em La Chaux-de-Fonds, chamada popularmente de "Villa Turca" é o exemplo mais flagrante".

"Os célebres "cinco pontos para uma nova arquitectura" de Le Corbusier, estão claramente influenciados pelas suas viagens no oriente e no norte de África".

"A importância de Le Corbusier advém, em grande parte, do seu enorme poder de síntese.
Nas viagens que fez a várias partes do mundo, Le Corbusier contactou com estilos diversos, de épocas diversas. 
De todas estas influências, captou aquilo que considerava essencial e intemporal".

Wikipédia

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As várias viagens realizadas por Le Corbusier (1887-1965), especialmente a sua viagem ao Oriente (1911), permitem a constituição de um mapa da evolução das teorias arquitectónicas e dos interesses que irão emergir ao longo da sua obra. A colecção de referências promovidas pelas viagens permitem-nos aceitar a arquitectura de Le Corbusier como resultado do conhecimento profundo dos seus antecedentes e a capacidade, a partir deles, de gerar uma nova síntese".

Rui Jorge G. Ramos

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